Ibicoara é uma cidade mais ao sul do Parque Nacional da Chapada Diamantina, infelizmente foi a nossa última parada no estado da Bahia. Nós ficamos no Hostel Ibicoara (R$ 40 / € 10 por noite), é muito bem sinalizado,
não tem como você não achar, não importa por onde você entrar na cidade. O dono é o Fabio – ele é um personagem! Este é o único Hostel na cidade. Suas outras opções de hospedagem são todos entre R $ 120 … para R $ 270. (€ 30 – € 70) por noite.
Ibicoara não é como as outras cidades que visitamos na chapada. Não é muito turistturística, mesmo tendo duas das mais impressionantes cachoeiras do parque. A região tem a agricultura como principal renda. Chegamos em um domingo à noite – coincidentemente o melhor noite da semana para conhecer o movimento da cidade. Segunda-feira em Ibicoara é o dia da feira, daí na noite anterior toda a cidade está em suas melhores roupas, reunidos na praça para beber, comer e a música explode ensurdecedora de carros modificados, que mais parecem placas de Las Vegas de tanto flash. É um show! Provamos a cachaça local, é claro, ela desce bem se o seu corpo está pronto para isso. E ficamos assistindo o movimento da praça, bem melhor que Fantástico.
Dia 1: Licuri
A paisagem ao redor daqui é primitiva, cada esquina é uma surpresa. A 45 minutos de carro de Ibicoara, mais uma curta caminhada através da cerra, antes que você perceba você está no Licuri. Uma cachoeira de 100m, com uma piscina perfeita para um mergulho! (Uma pequena taxa de R$ 5 / € 1 deve ser pago na entrada). Coletes salva-vidas são disponibilizados se necessário, o guia vai fornecer-lhes, sem nenhum custo extra.
Depois de um mergulho, seguimos o rio ao longo de várias outras cascatas e quedas acentuadas, terminando com uma vista panorâmica sobre as planícies abaixo.
A caminhada terminou na entrada, onde bebemos um pouco de Caldo de Cana – e conversamos com o proprietário, um senhor de 70 e poucos anos pastor na igreja local, com uma energia contagiante e uma risada igual a de Silvio Santos. Uma lenda local.
Um grande dia – mas nada se compara ao dia seguinte.
Dia 2: Fumacinha
Acordamos às 5 da manhã para começar a trilha as 6am. É necessário um dia inteiro, e muita disposição. Mais de uma hora dirigindo nos trouxe a um vale isolado, a última parada em uma fazenda, com espaço para alguns carros estacionar.
Dorielson nos levou ao longo de uma trilha com muitas árvores, até a trilha desaparecer e nós seguimos o leito do rio. As condições da trilha variam bastante entre lajedos super planos onde você pode andar rápido (quando está seco!), pedras do tamanho de carros que temos que escalar e pedras pequenas e bambas que é preciso tomar um super cuidado para não virar o pé. Um passo falso e você pode torcer o tornozelo, como não queremos que isso aconteça, então sem pressa nesta hora! Às vezes é preciso se agachar e até se arrastar agarrado a algumas pedras em caminhos estreitos beirando o rio. Felizmente, as pedras tem vários lugares para se segurar, deixando o caminho mais fácil do que parece ser.
Nossa recompensa foi mais do que o esperado, um cânion com paredes enormes nos fechando dentro, fazendo o dia virar noite, só com alguns raios de sol atravessando este paredão.
Este cânion é como se fosse uma enorme caverna. Ele te convida para entrar mas é difícil de sair.
E ele faz você se sentir * épico *
E como se isso não fosse suficiente, ele tem uma piscina – não, quase um lago, no interior. A água parece preta. Mas é vermelha igual a sangue, tingida com ferro.
Nós nos sentamos na semi-escuridão, apreciando a vista por quase uma hora, antes do frio nos pegar – a luz directa do sol nunca chega tão longe. O longo caminhada de volta foi interrompida pelo início de uma chuva muito pesada, mas quente. No caminho, um dos cães locais nos adotou, e nos seguiu no caminho inteiro da volta
A nossa caminhada terminou de volta na fazenda, onde fomos refrescado novamente com outra caldo de Cana. Uma delícia depois de um dia desses.
Após a forte chuva que durou o nosso caminho inteiro da volta, o céu abriu novamente enquanto apreciamos o caldo de cana, mas voltou bem pesada novamente assim que pegamos a estrada. (Você pode ver isso no vídeo acima). As estradas de terra viraram uma lama só, com enormes buracos causados por caminhões e ônibus que passam por ali. Não foi tão fácil! Mas conseguimos voltar depois de muita luta e lama.
Nosso tempo em Ibicoara foi curto, mas é um lugar que não vamos esquecer tão cedo. Tem muito mais atrações para visitar lá, inclusive o famoso Buracão. Temos muitas razões para voltar. Até a próxima vez!
PS: O nosso guia, Dorielson, normalmente cobra R$ 100 (€ 25) por pessoa para Fumacinha, mas ele fez R$ 150 (€ 38) para o casal isso indo com o nosso carro. Para Licuri foi R$ 30 (€ 8) por pessoa, mais R$ 70 (€ 18) pelo carro dele.