Depois de um dia todo de estradas e algumas descobertas no caminho… Se você não teve a chance de ler a parte 1 da nossa visita ao Paraguai, da uma olhadinha, tenho certeza que a sua visão do Paraguai vai começar a mudar um pouco depois disso ou pelo menos você vai se divertir em saber sobre o Todsco! … chegamos em Assunção. Que a primeira vista me pareceu uma Buenos Aires empoeirada e sem muitas cores.
Nos hospedamos no Urbanian Hostel, agradável, limpo, bem europeu, super bem organizado e com uma mistura de hospedes bem diferente. Umas meninas britânicas não tão inteligentes e um pouco preconceituosas, que ficaram sem dinheiro no meio da sua viagem pela Argentina, e procuraram um lugar mais barato para ficar. Um grupo de amigos e familiares de um americano que vieram para o seu casamento com um paraguaia, um pessoal bem animado e festeiro. Além de alguns aventureiros em seu caminho para o remoto Chaco, no norte do país.

Então, a primeira pergunta que todos nos fazem: Por que vocês visitaram Assunção? Para falar a verdade porque o Jack quis muito, não era caro e já estávamos “perto”. Não tem muita coisa para ver por la, nós conhecemos a maioria dos pontos turísticos em uma tarde, além do que a metade estavam fechados para restaurações. É claro que não vimos tudo, então temos um motivo para voltar, será! Nos pareceu que uma visita no verão seria melhor, com a Costanera (praia de rio) que banha uma boa parte da cidade, esta região com inúmeras barracas e bares deve ferver e ficar super movimentado, mas não nesta época do ano. Na cidade existem vários shoppings, é um bom lugar para se fazer compras, e alguns casarões super bem conservados, onde você pode visitar. Se você esta em busca de uma cidade onde não há nada muito para distraí-lo, Assunção pode ser uma boa escolha. Além disso uma coisa que amamos por lá é que nos sentimos super seguros andando na cidade durante a noite.





Em um folheto no hostel encontrei, na programação do Centro Cultural de España, um show de Jazz de graça, Jazz e de graça já estávamos la. Super valeu a pena, um espaço bem interessante com exposições e um pessoal legal, artistas, músicos… bem diferente das pessoas que vimos nas ruas de Assunção, um pessoal mais moderninho. Pelo que vimos na programações os eventos por aqui são normalmente de graça, então divirta-se, se voce resolver vir para Assunção!

Como é a comida no Paraguai? Você gosta de pão? É pão, pauzinhos, bolinhos de pão, o que aqui é chamado de “sopa paraguaia” é de fato um pão. Para o cafe da manhã, almoço e jantar sempre tem uma grande variedades de pães! Alguns salgado ou doces, com queijo ou carne, outros de milho ou mandioca. Se você não gosta de pão e todas as suas variantes talvez são seria o melhor lugar para você curtir a culinária local. Eu achei tudo uma delícia, mas posso dizer que a minha barriga reclamou bastante, comer massa de manhã, tarde e noite não é para qualquer um.
Dois dos mais famosos restaurantes da cidade, Bolsi e Lido, estão a apenas uma quadra de distância entre eles, bem no centro. Ambos com cara de lanchonete, com um balcão enorme que circula em torno de 180 ° e os garçons te servem dai de dentro. Bolsi é mais sofisticado, com um extravagante menu de chocolates e cocktails e o interessante é que fica aberto 24 horas! Lido é o tipo de lugar que você normalmente acaba a noite depois de uma balada, super velho, nada moderno, mas limpinho e com uma sopa deliciosa.

Então, sobre essa conexão irlandesa que começamos a falar no primeiro post sobe o Paraguai. O ditador paraguaio, Francisco Solano López, na época da guerra da Tríplice Aliança, que em sua juventude tinha sido mandado para a Europa em missões diplomáticas. Quando ele retornou à sua terra natal em 1854, trouxe Eliza Lynch com ele, uma dama irlandesa nascida em Charleville, Co. Cork. Sua família emigrou para Paris para escapar da Grande Fome que castigou o país por 4 anos, onde um milhão morreu e um milhão deixaram a Irlanda. Através de algumas conexões de sorte, ela se tornou parte do mesmo círculo social de Mathilde Bonaparte, se tornando uma cortesã bem conhecida, e depois a acompanhante deste jovem paraguaio líder de uma terra bem distante.

Segundo a guia na Casa de la Independência “Eliza Lynch escreveu a história do Paraguai”. Por ser uma senhorita estrangeira mulher de um ditador que perdeu uma guerra devastadora, parece estranho sua popularidade até hoje. Por outro lado, ela foi uma das primeiras mulheres no país educada em artes na alta sociedade europeia, ela introduziu eventos sociais, clubes e ensino superior. Se tornou uma figura histórica, popular e mitificada. Devido a seu próprio sofrimento e perdas durante a guerra. Você pode comparar a sua estatura no Paraguai com alguém como a Evita Perón, da Argentina .


Depois da derrota desastrosa do país pela Tríplice Aliança, morte do seu marido e filhos, ela foi exilado de volta para Paris, onde morreu em 1886. Seu corpo foi exumado e voltou ao Paraguai em 1961, suas cinzas se encontram agora em uma urna de bronze na zona calma do cemitério da Recoleta, em Assunção. Ao saber da historia, fomos visitar o seu túmulo. E no caminho até encontrar o exato local conversamos com mais paraguaios que adoram esta senhorita irlandesa, e colocam ela como uma pessoa super importante na historia do país.


No mesmo dia fizemos um passeio pelos arredores de Assunção de carro, como o centro estava começando a ficar entediante. No extremo sul da cidade visitamos uma colina com vista para o rio Paraguai, que dá a este país o seu nome. Em cima desta esta um enorme monumento com figuras famosas do país através de sua história.
No nosso regresso passamos por um tipo muito diferente de Assunção, Villa Morra é um bairro super ricos, talvez o único neste nível. Com “Hard Rock Café“, shoppings center enormes, outdoors gigantes com propagandas, muita luz neon e ruas cheias de Mercedes e Audis. Há uma abundância de dinheiro por aqui, mas só nesta região da cidade. A diferença social por aqui esta super acentuada, não se precisa muito esforço para ver.
Uma boa parte deste dinheiro estrangeiro investido por aqui vem do comércio do Paraguai com Taiwan. Diferentemente da maioria dos países do mundo, Paraguai reconhece Taiwan, em vez de China continental, como o estado oficial chines. Taiwan oferece empréstimos para o desenvolvimento do Paraguai e baixas taxas de importações, por isso o preço baixo para produtos chineses. A Coreia do Sul querendo se envolver nestes negócios, começou uma relação com o país doando algumas esculturas que estão expostas na capital.

Então essa foi Assunção, interessante em alguns aspectos, mas eu não diria que uma cidade incrível. Até agora na nossa viagem este foi o ponto mais ao oeste (57 ° 38’W) que chegamos de carro (excluindo Amazonas que fomos de avião), e o mais interior (~ 900 km da costa) que fomos. Já é tempo de voltarmos para mais proximo a costa e continuar nossa rota ao Sul.
Em nosso próximo post fomos subornados por alguns policiais, assistimos as crianças brincar com fogo e subimos uma montanha enorme, o ponto mais alto do Paraguai!
Preços
- Urbanian Hostel: 55,000 Gs / €9 / R$ 33 por noite no dormitorio com 8 camas
- Restaurante Bolsi : 20,000Gs / €3.50 / R$ 13 para um lanche com bebida
- Casa de la Independencia: Entrada gratuita!
- Cemiterio da Recoleta: Entrada gratuita!
- Centro Cultural da España: Entrada gratuita! (vinho e tapas por 23,000 Gs / €4 / R$ 15)
- Sorvete Heladeria 4D: 22,000 Gs / €3.50 / R$ 13 uma porção bem generosa
- Um almoço simples: 20,000 Gs / €3.50 / R$13