A nossa primeira noite no Uruguai! País numero 4 na nossa viagem, bem longe de João Pessoa. Na verdade, em Punta del Diablo você se sente longe de qualquer lugar do mundo, por ser uma praia super remota e longe de qualquer cidade grande. Começou como uma pequena aldeia de pescadores, é hoje virou um destino turístico altamente concorrido no verão. Mas o que vimos no inverno foi algo diferente, uma cidade super tranquila, um lugar para vir e levar as coisas mais com calma. Desfrutar o barulho do mar, andar na praia, brincar com os cães e beber vinho na frente da lareira ao anoitecer.

Chegamos um dia mais cedo do que o previsto, depois de Chuy, que tirando a maior praia do mundo não tinha mais nada para se fazer nesta época do ano por lá. Nós supostamente tínhamos uma casa para ficar por aqui, da Helena de Porto Alegre, mas como na praia não tinha WiFi e nós cancelamos o nosso plano de telefone assim que deixamos o Brasil, ficamos incomunicáveis. Então fomos a procura de um Hostel?

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Nós não dormir uma só noite no Diablo Tranquilo, mas podemos sem dúvida dar uma avaliação de 5 estrelas para o Hostel. Nós chegamos lá como dois turistas perdidos, desesperados por um pouco de WiFi. Felizmente fomos recebidos como amigos, depois voltamos várias noites para beber uns vinhos com o pessoal. Conhecemos alguns companheiros de viagem com historias fascinantes:

Jerry, o “senior backpacker“, um senhor americano nos seus 70 está viajando na América do Sul a mais de um ano, realizou o sonho de muitos de conhecer a Antártida. Ele falou que só vai parar de viajar quando estiver velho, que o mundo é muito grande e fascinante para ficarmos em casa assistindo a vida passar pela tv. Recentemente ele fez uma tatuagem para comemorar sua travessia do Equador, da Linha Internacional de Data, no Ártico e no Círculo Polar Antártico. Um homen super interessante e com muitas, e muitas historias para contar, uma enciclopédia ambulante. Já o gerente do Hostel, o Mike, veio para ficar no Uruguai por pelo menos um ano (a imigração por aqui não parecem se importar quanto tempo você ficar). Ele escolheu Punta del Diablo por ser um lugar mais tranquilo depois de La Paz, na Bolívia, onde passou os últimos três anos. Daí tem a Nina, um estudante alemão que estava trabalhando lá como voluntaria, trocando algumas horas de trabalho por hospedagem. Algo curioso é que o pai dela mora lá em cima no Ceará. Tivemos a sorte de estar la para comemorar o seu aniversário de 21 anos com um enorme churrasco na lareira do hostel. A quantidade de carne era inacreditável e tudo com o molho chimichurri, que acabamos de conhecer, uma delicia, um dos melhores churrascos que já comemos na vida!

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Embora o hostel nos parecer super divertido, nós acabamos indo para a casa da Helena, que super gentilmente nos ofereceu. Não é todos os dias que temos a chance de ter uma casinha inteira só para a gente. Por que ficar em Hostel, casa de amigos, familia cansa e muito. Você sempre precisa estar bem, simpática, de bom humor… É bom de mais acordar e continuar de pijama, dormir até 1pm, ficar descabelada o dia todo, falar alto, gritar, escutar musica sem ser no fone de ouvido, passar o dia sem ter que cumprimentar pessoas… Ai,ai… Bons tempos. Então a Helena é amiga da minha tia de longa data. A pergunta é como resolvemos o problema de não saber onde era a casa? Foi escrevendo uma mensagem para minha tia perguntando se ela lembrava onde era a casa, eu sabia que ela já havia vindo por aqui de férias… Ufa! Daí com o nome do condomínio encontramos no google. Uma super ginastica para encontrar a casa sem o endereço nas mãos. Que bom que deu certo, a internet sempre nos salvando. Chegando lá o Hector, o zelador, nos recebeu super bem. Ele e a esposa tomam conta desse condomínio de casas. Sempre super atento, nos perguntava: “Necesita algo? Leña para el fuego?” “¡Sí, por favor!”

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A casa era tudo o que poderias pedir e mais um pouco, com uma vista escandalosa para o mar, uma arquitetura super moderna e eco- friendly. Com um gatinho nos nossos pés e uma dúzia de cachorros para brincarmos e nos acompanhar nas caminhadas pela praia.

Todas as manhãs, acordamos com o aroma da lenha queimada da noite passada e quando abrimos as cortinas vimos o mar nos chamando. As noites que não estávamos no hostel, o sofá era o local mais gostoso de ficar em frente a lareira, acompanhados de vários copos de vinho barato, e um saboroso jantar caseiro. Depois de tanto pular de um lugar para outro, foi a melhor coisa ter uma casinha limpo, organizada, quentinha, na frente da praia só para nós por alguns dias.

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Tivemos um pouco de dificuldade com o peso uruguaio, já que não nos preocupamos em trocar alguns real antes de sair do Brasil. Não existe bando ou caixa eletrônico por aqui. Conseguimos trocar alguns reais e euros no hostel, com Hector, e no supermercado. A nossa sorte é que o nosso cartões de crédito era aceito no supermercado, o que nos deixou abastecido de algumas garrafas 1.5L de Tannat, um vinho nacional. Recomendamos!

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Ao longo da costa, cerca de uma hora de distância esta o Parque Nacional Cabo Polonia. Uma praia bem mais primitiva nem sequer tem energia elétrica, em muitos edifícios. Nós tínhamos planejado visitar após Punta del Diablo, mas no final gostamos tanto daqui que acabamos ficando duas noites a mais. A verdade é que nós estávamos muito confortáveis!

Há muito mais o que fazer nas proximidades, como por exemplo visitar o forte Santa Teresa, que esta na costa a alguns quilômetros, mas nós demos prioridade a descansar e curtir a casa. Tenho certeza que vamos ver muitas outros fortes na viagem, mas só há uma Punta del Diablo!

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Próxima parada: As alturas terríveis de Cerro Catedral, o mais alto “pico” do Uruguai.

Preços

  • Jantar e algumas bebidas no Hostel Diablo Tranquilo: €12 / UYU 382 / R$ 45 por pessoa
  • Cervejas no mesmo Hostel: €1.60 / UYU 50 / R$ 6 por garrafa de 600ml
  • Pizza no restaurante “El Barzon” en frente do mar: €8 / R$ 30 por pessoa
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