É enorme, é caótico, mas vale a pena uma vez que você chega ao centro. Vindo pela Linha Verde você vai atravessar um labirinto em espiral de viadutos de auto-estradas e gigantes obras de construção do metro, a cidade parece totalmente esmagadora. Mas de alguma forma, mesmo se você se perder, todos os caminhos levam naturalmente ao centro, e daí Salvador começa a fazer sentido. Finalmente começamos a experimentar o estado da Bahia que todos estavam nos falando sobre.

Imensamente orgulhosos de sua história longa e turbulenta, os Baianos, dizem que enquanto eles viam o resto do Brasil a comprar a sua independência, eles lutaram para colocar os Português para fora. O resto do Brasil celebra 07 de setembro de 1822, como seu dia de independência, mas na Bahia é 02 de julho de 1823, durante a guerra Brasileira de independência.
Felizmente para nós, a Sara, um amigo de infância da irmã de Marina, nos ofereceu sua casa no último minuto. Ficamos no bairro do Garcia bem no centro, do lado da praça “Campo Grande”, onde o monumento da independência está de pé. Nós não poderia ter ficado em uma melhor localização para ver a cidade.
Depois de prorrogar o visto do Jack, parte chata do dia, fomos passear na Avenida Sete de Setembro em um dos bairros mais elegantes da cidade. Prédios super chiques misturados com velhas igrejas coloniais e mansões, com um vista incrível da Baía de Todos os Santos. Só consigo comparar com algum lugar próximo a Monaco, ou Nice. Visitamos o Museo da Arte Baiana, prédio muito charmoso e cheio de historia. A exposição “Além do que se vê, a quem do intangível” do artista plástico baiano Flávio Magalhães nos chamou a atenção.
Continuando descendo, a rua nos leva até o Farol da Barra, com o museu naval, que marca a entrada da Baía de Todos os Santos, que dá o nome ao estado da Bahia. É um dos melhores lugares para se ver o pôr do sol em Salvador.
Ainda mais impressionante do que o pôr do sol lá, é o gigante prédio art-deco do outro lado, o Edifício Oceania. Há mais do que um pouco de Fritz Lang (Metropolis) aqui. Tomamos uma cerveja no bar embaixo!
E depois de umas cervejas, a melhor comida na Bahia, Acarajé. É muito, muito gostoso. Mas não é uma boa ideia comer mais do que um se você não está acostumado com o azeite de dendê (o preço pode varias de R$ 2 ate R$ 7 / € 0.50 a €2 ). As baianas super enfeitadas estão em todas as esquinas vendendo esta gostosura.
O nosso segundo e último dia, fomos no Pelourinho. Com todos aqueles casarões super coloridos e coloniais, muitos dos quais foram restaurados recentemente, restaurantes, música de rua, e muita gente vendendo pulseiras e todos os tipos de bijuterias. É uma armadilha turística, mas certamente vale a visita. O centro histórico é dividido em Cidade Baixa e Cidade Alta, por isso temos o elevador Lacerda ligando as duas partes. Foi o primeiro elevador público do Brasil, um marco dominante para o país, e custa só R$ 0,15 centavos, ou cerca de € 0.04 para uma viagem. É usado no dia a dia dos baianos por isso este preço Louco Barato!
A principal atracção da Cidade Baixa é o Mercado Modelo. Hoje em dia se vende artesanato e lembrancinhas. Na parte de cima do mercado tem um restaurante gigante e com uma vista bem legal do Porto. Como já tínhamos almoçado e nos pareceu um pouco caro, sentamos na varanda só para tomar algo e aproveitamos a bela vista do mesmo jeito. Você pode passar uma tarde inteira só observando os barcos balançando sobre o porto. Já no século 19, era o local de mercado de escravos da cidade. O nome “Pelourinho” vem do tronco onde se amaravam os escravos para punições em público.
Salvador hoje tem uma grande reputação como um ótimo lugar para você ser assaltando, se não tiver cuidado. O Pelourinho à noite está cheio de polícia, um em cada esquina, até nos dá uma sensação de lugar seguro, mas é recomendado pegar um táxi para casa. De dia é super tranquilo pegar ônibus ou andar por aí.
Após a emoção de acompanhar uma banda de samba-reggae pelas ladeiras de paralelepípedos do Pelourinho, chegamos a salvo de volta para a casa da Sara. Ela e seu colega de apartamento são violinistas, tocam com a orquestra da Universidade Federal da Bahia, por isso, quando voltamos fomos recebidos por mais música boa, eita delícia! Muito obrigada Sara e Caio!
Jack, parabéns por sua descrição da Bahia, muito bom mesmo. Vocês estão trazendo aspectos de meu país que eu ainda não conheço e fico morrendo de vontade de ir.
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