Depois de deixar para trás as fascinantes ruínas jesuítas no sul do Paraguai, nossos dias neste lindo, estranho país tinham chegado ao fim. Cruzamos a cidade de Encarnación a caminho da nossa quarta fronteira internacional na viagem.
Para o Jack que cresceu na Irlanda (uma ilha) e para mim que cresci em João Pessoa (bem longe de qualquer fronteira internacional) ainda é uma novidade está história de cruzar fronteiras de carro. Ter o passaporte em mãos enquanto você está sentado confortavelmente no seu carro, esperando para receber um visto é algo bem diferente do que estamos acostumados. A ponte de Encarnación cruzando o rio Paraná liga o Paraguai a cidade de Posadas, na Argentina. Este é o único ponto possível de cruzar em mais de 140 km. Nós decidimos fazer a travessia as 5pm, que não foi umas das melhores escolhas que poderíamos ter tomado…
…Duas horas e dois minutos mais tarde estávamos nós deixando para trás o controle na fronteira Argentina, a procura de um lugar para dormirmos esta noite em Pousadas. Espero que você tenha notado a proeminente placa no lado da Argentina:
Em caso de você ter esquecido sobre a Guerra nas Malvinas / Falklands, a Argentina quer que você lebre e lute por esta terra.
O primeiro hostel que achamos aberto em Pousadas não nos pareceu tão agradável, tipo uma casa velha só com argentinos, me pareceu que eram amigos, não que estavam hospedados lá. E por eles não aceitarem cartão como forma de pagamento tivemos que achar um plano B. Então usamos a internet de lá para reservar um hotel de verdade próximo ao aeroporto, um pouco luxuoso, mas nós merecemos.

As maiores atrações por aqui são mais ruínas jesuítas e a região de Esteros del Iberá, um Pantanal semelhante com o do Brasil, com muitas vida selvagem. Mas optamos em voltar logo para o Brasil, espero ter uma outra chance de conhecer melhor este lugar.
Em vez de começar a descer ao sul para a Argentina, fomos leste para o estado mais rebelde do Brasil, o Rio Grande do Sul. Nós passamos pela cidade de Oberá, famosa por sua mistura etílica e cultural, onde existe imigrantes de quase todo o mundo. Antes de cruzar o Rio Uruguai e chegarmos de volta ao Brasil.
Se você notar no vídeo o Volkswagen com a placa do Paraguai, na nossa frente na balsa, está virado para o lado errado. Em uma travessia anterior, um pai super azarado de alguma maneira conseguiu deixar a chave do carro cair no rio, enquanto admirava a vista ou brincava com a chave, quem vai saber como ele conseguiu esta faceta. Nós assistimos a sua esposa com um bebê de colo descendo da balsa não muito feliz. Um fim de férias nem um pouco agradável para esta família. Depois disso, nós deixamos a nossa chave super bem guardada no bolso, para não ocorre nenhum imprevisto, imagina só que má sorte, fiquei com muita pena a mãe e do bebê.
Sabe aquele sentimento de chegar de viagem e estar no seu país, sua língua, sua cultura… Se sentir a vontade e saber que todos vão te compreender? Foi exatamente como eu e o Jack nos sentimos de volta ao Brasil. Ufa! Engraçado né, mesmo o Jack sendo irlandês, depois de tanto tempo no Brasil, o Brasil já faz pouquinho parte dele, ele domina muito mais o português do que o espanhol, o que ajuda bastante.
Chegando ao lado brasileiro tivemos a sorte de lidar na imigração com um policial super auto astral, logo após a Irlanda perder da França no seu último jogo na Copa Europa 2016… Ele perguntou para o Jack:
-De onde você é?
-Irlanda.
-Che, Tenho uma má notícia para você… A Irlanda acabou de perder…
Depois da notícia sobre a Irlanda e mais um carimbo no passaporte do Jack seguimos viagem para a pequena cidade de São Martinho, que nos foi recomendada por uma senhora na balsa como um bom lugar para passar uma noite. Vimos uma vez mais a vista remanescente do Windows XP pelas estradas.
Achamos um hotelzinho de beira de estrada que nos pareceu legal e lá ficamos. A noite fomos dar uma volta na rua principal, e achamos o único lugar aberto para comermos, uma lanchonete com “Xis” (hambúrguer no Rio Grande do Sul) gigantes. Este foi o fim do nosso dia se enchendo de Xis, e relembrando nossa viagem a Budapeste alguns anos atrás.
Mesmo do outro lado do mundo, algumas coisas são sempre iguais. Budapest 2012 vs Brasil 2016:
Bem-vindo ao país dos Gaúchos!
Preços
- Mai-Tai Hotel em Posadas: €30 / R$110 para um quarto do casal.
- Argentina-Brasil balsa: AR$155 / €10 / R$40, nós ganhamos um desconto porque não tínhamos Pesos suficientes!
- Xis e fritas: R$20 / €5.50 por os dois.
- Pizza na Pizza 40 em Posadas: AR$220 / €13 / R$47
- Pousada Renascer, São Martinho: R$80 / €22 para um quarto do casal. O único hotel na cidade.