O nosso primeiro encontro com os cânions esta na parte 1 da nossa visita ao Rio Grande do Sul, foi quando nos deparamos com os espetaculares cânions que marcam o limite entre o Rio Grande do Sul, e o estado vizinho de Santa Catarina.
Apesar desta área ser conhecida como um dos lugares mais frios do Brasil, quando visitamos estava céu azul e clima de roupa sem manga. Uma delícia! Para vocês terem noção do frio, nesta região e frequente nevar no inverno, umas das únicas no Brasil. A paisagem por aqui é repleta das famosas árvores araucárias gigantes. Uma vez muito usada por sua dura madeira, agora elas estão altamente protegidas e de fato bastante ameaçada. Pelo simples falo do grande consumo de sua semente o famoso Pinhão, assim impedindo a sua propagação e ameaça a espécie. Esta árvore com o seu estranho formato, longa como uma palmeira, mas com galhos saindo com um ângulo de 90º nos acompanhou no caminho das estradas sinuosas até nosso próximo destino.
Nota: O áudio do vídeo talvez esteja mudo por conta da reivindicação de direitos autorais.
Serra do Rio do Rastro – uma das estradas mais famosos do Brasil, é certamente uma das mais espetacularmente sinuosa em toda a América do Sul. Logo acima dela há um parque eólico com alguns mirantes.

Depois de obter uma sensação do que estávamos prestes a descer, nós nos jogamos neste zig zag louco até lá em baixo. Apenas algumas pausas para fotos e para dar passagem para caminhões…
Depois de passar por alguns incomuns pontos turísticos …
… E alcançar um marco dramático…

… Chegamos a Passo de Torres, onde ficamos por duas noites. A última cidade de Santa Catarina, bem na fronteira com a cidade de Torres no Rio Grande do Sul. O único hostel aberto nesta época do ano tinha uma característica bem incomum, um Jiu-Jitsu Hostel! Algo que não se encontra em cada esquina, bem diferente. E como bônus tivemos uma aula de auto-defesa com o Tiago. Espero que não precisemos usar o que aprendemos, mas vejo a importância de estarmos preparados e sabermos o que fazer em uma abordagem de assalto, estupro ou sequestra, é claro se a pessoa não estiver armada. Conhecer o Tiago foi super especial, ele é uma pessoa super doce, com um coração gigante e muitas filosofias de vida que vamos levar conosco. Quando ele não está ensinando artes marciais em Torres, esta cuidando de seu terreno próximo aos canyons. A sua ideia é talvez mudar para lá em alguns anos e tentar ser o mais auto-suficiente possível, produzir o mínimo de lixo e talvez criar ali uma comunidade mais integrada com a natureza.

A cidade de Torres é famosa pelas dramáticas falésias ao sul da cidade na frente do mar. Em cima, paragliders decolam e voam sobre a cidade e suas praia douradas. Mesmo estando “expressamente proibido”.
Na próxima falésia, pescadores dividem espaço com uma tirolesa super longa até a praia. É um lugar impressionante, com uma super vista. É cobrada uma pequena taxa para entrar no parque, mas certamente vale a pena seguir as trilhas gramadas até o cume. Em um dia de sol você pode ver as ondas do oceano caminhando por quilômetros, ganhando corpo até a costa onde chegam gigantes com muita força. Se você tiver sorte verá alguns arco-íris no splash das ondas!
Nosso retorno ao Oceano Atlântico em Torres foi bem rápido, mas super especial. Estávamos fazendo mais um grande desvio para o interior, de volta para as montanhas da Serra Gaúcha. Fizemos o que alguns poderiam chamar de uma “viagem desnecessária” em “estradas traiçoeiras”. A verdade é que é impossível ver tudo neste país continental, tentamos fazer o nosso melhor, então varias vezes fazemos zig zags no mapa. Estamos sempre na duvida direita ou esquerda, mar ou montanha, cidade grande ou pequena… o que vamos dar prioridade… ai, ai…É difícil viu!
A estrada de terra da Serra do Faixinal termina no topo do Cânion Itambezinho. Recomendado por vários amigos e sites de viagens, mas se comparamos com outro alí do lado, posso dizer que é um pouco menos espectacular. O Fortaleza é um escândalo, muito mais impactante do que qualquer outro cânion que vimos. Se você tiver que escolher entre visitar um deles, o Fortaleza seria nossa recomendação e a entrada é gratuita!
Ao longo do caminho tivemos o presente de ganhar outro pneu furado, foram 3 nos últimos 4 meses! Felizmente estávamos na cidade, não no meio do nada, então foi rapidamente consertado.
Cambará do Sul, a pequena cidade acima dos famosos cânion, é um lugar bem diferente. As casas são quase todas de madeira, pintadas as vezes com cores fortes ou só na madeira queimada mesmo. Uma visão bem diferente do que eu tinha sobre o Rio Grande do Sul. Lá em cima, no nordeste, nós normalmente vemos o sul do Brasil como mais rico e desenvolvido, mas não foi o que vimos por aqui, e olha que esta região é bem turística. Esta cidade poderia estar localizada perfeitamente em algum país mais pobre no leste europeu, que tem exatamente o mesmo tipo de construções, engraçado né!
Depois de tocar a campainha no único hostel da cidade um par de vezes, voltamos para uma das pousadas para tentar negociar algo mais em conta. O dono super gente fina nos ofereceu um quarto pelo mesmo preço que iríamos pagar no hostel, mas é claro sem café da manhã, ar condicionado ou aquecedor. Um super negocio! Passamos a noite em uma super cama assistindo tv brasileira em um domingo a noite.
Imagina a qualidade dos programas, mas já que estamos no Brasil esta na hora do Jack conhecer o Silvio Santos. Que segundo ele é o Donald Trump brasileiro. “Quem quer dinheiro? Quem quer dinheiro?”
Em nosso próximo post, vamos viajar para a Alemanha, mas em vez das histórias estranha nazistas que encontramos no Paraguai, desta vez é tudo de cerveja e chocolate.
Preços
- Usina éolica na Serra do Rio do Rasto: R$ 10 / €3 por pessoa.
- Jiu-Jitsu hostel: R$ 40 / €11 por pessoa por noite.
- Parque da Guarita em Torres: R$ 14 / €4 por pessoa
- Cânion Itambezinho: R$6 / €2 por pessoa.
- Cânion Fortaleza Canyon: Gratuita!
- Borracharia 1: R$ 25 / €7
- Borracharia 2: R$ 20 / €5
- Pousada em Cambara do Sul: R$ 80 / €22 quarto de casal sem café da manhã.